Construir novos caminhos

REASSENTAMENTO

O programa de reassentamento tem como missão restabelecer os modos de vida e a organização das comunidades que perderam suas casas pela passagem do rejeito após o rompimento da barragem de Fundão: os distritos de Bento Rodrigues (o primeiro a ser atingido pelos rejeitos)
e Paracatu de Baixo, em Mariana (MG); Gesteira, em Barra Longa (MG); e as zonas rurais desses municípios. Trata-se de um modelo único com protagonismo das famílias no projeto das suas comunidades.

A reconstrução dos subdistritos atingidos pela lama é resultado de um longo processo que envolve planejamento, conceitos urbanísticos, aprovação de projetos, adequação a desafios dos terrenos, desenho de cada casa de acordo com o desejo da família, instalação de bens coletivos e aprovação de cada projeto na prefeitura, entre outras etapas. Por parte do poder público, também há necessidade de desenvolver e aprovar legislações relacionadas à construção dos novos núcleos urbanos.

Cerca de 470 famílias participam ativamente do processo de reassentamento. Até que as vilas e as propriedades sejam reconstruídas, todos têm o direito à moradia assegurado pela Fundação Renova, que atualmente aluga casas para cerca de 300 famílias na região de Mariana e Barra Longa (MG).

O principal objetivo do reassentamento é garantir que as moradias e as áreas onde estarão os equipamentos públicos atendam às necessidades levantadas pelos futuros moradores, preservando seus hábitos, relações de vizinhança e tradições culturais e religiosas.

BENTO RODRIGUES

As obras de infraestrutura do novo distrito de Bento Rodrigues tiveram início em janeiro de 2019 no terreno conhecido como Lavoura, escolhido pelos atingidos. As casas começaram a ser erguidas em julho, após a assinatura do contrato e a emissão, pela Prefeitura de Mariana, dos primeiros alvarás — também foi emitido o alvará da escola municipal. A pavimentação do trecho da estrada principal que dá acesso ao terreno do reassentamento começou a ser executada em junho de 2019 e contempla desde o aterro sanitário de Mariana até a entrada da Lavoura.

Em Bento Rodrigues, a construção das casas segue em diversas etapas: contenção de lote, fundação e alvenaria. As obras da escola municipal e do posto de saúde e de serviços estão na etapa de alvenaria. O trabalho de adequação do aterro sanitário teve início em agosto de 2019 e segue o cronograma. A pavimentação da estrada que dá acesso ao terreno do reassentamento foi concluída em outubro de 2019, juntamente com a sinalização e iluminação. A rua São Bento, principal via da nova comunidade, também foi concluída em outubro. Outras obras de infraestrutura, como drenagem, redes de água e esgoto, pavimentação e energia elétrica, seguem em execução.

  228 famílias têm direito ao reassentamento
  398 hectares é a área total do reassentamento
  99 hectares é a área que a vila ocupará
A CONSTRUÇÃO DE BENTO RODRIGUES EM NÚMEROS

O projeto urbanístico de Bento Rodrigues foi aprovado em fevereiro de 2018 pelas famílias que optaram pelo reassentamento, com 99,4% dos votos.

Serão construídos 2 conjuntos de infraestrutura:

• 1 Reservatório elevado/Estação de Tratamento de Água (ETA)

• 1 Estação de Tratamento de Esgoto (ETEs)

Serão construídos 10 bens públicos:

• Campo de futebol
• Escola Bento Rodrigues
• Posto de saúde
• Posto de serviços
• Igreja das Mercês
• Igreja São Bento
• Templo Assembleia de Deus
• Associação comunitária
• Quadra poliesportiva
• Associação de hortifrutigranjeiros

Para a construção da vila, serão necessários:

16.000 toneladas de argamassa
628.320 telhas
1.320.247 tijolos
528 caixas d’água
5.069 portas
7.029 janelas
111,37 m2 de cerâmica
45 mil litros de tinta

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EVOLUÇÃO DO REASSENTAMENTO DE BENTO RODRIGUES
Depois de 14 oficinas com os moradores, o projeto urbanístico…
Definidas as diretrizes municipais para parcelamento do solo no terreno…
As famílias atingidas trabalham em conjunto com arquitetos para desenhar…
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad)…
Estado emite anuência prévia da aprovação do parcelamento do solo…
Conclusão da supressão vegetal do terreno e avanço de terraplenagem.
Início das obras de infraestrutura (drenagem pluvial, rede de alimentação…
Conclusão dos registros dos lotes do reassentamento.
Assinatura de convênio entre a Renova e a Prefeitura de…
Moradores acompanham projeto de construção.
Início da construção das casas e da escola.
Construção das casas segue o ritmo previsto
Depois de 14 oficinas com os moradores, o projeto urbanístico…

Depois de 14 oficinas com os moradores, o projeto urbanístico foi aprovado pela comunidade de Bento Rodrigues.

Definidas as diretrizes municipais para parcelamento do solo no terreno…

Definidas as diretrizes municipais para parcelamento do solo no terreno da Lavoura.

As famílias atingidas trabalham em conjunto com arquitetos para desenhar suas casas

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) emite licenciamento ambiental autorizando a Fundação Renova a iniciar a execução do loteamento do solo urbano.

Estado emite anuência prévia da aprovação do parcelamento do solo e a prefeitura emite alvará de urbanização de Bento Rodrigues. Começam as obras de supressão vegetal na área da Lavoura.

Conclusão da supressão vegetal do terreno e avanço de terraplenagem.

Conclusão da supressão vegetal do terreno e avanço de terraplenagem.

Início das obras de infraestrutura (drenagem pluvial, rede de alimentação…

Início das obras de infraestrutura (drenagem pluvial, rede de alimentação elétrica, de esgoto e água).

Conclusão dos registros dos lotes do reassentamento.

Conclusão dos registros dos lotes do reassentamento.

Assinatura de convênio entre a Renova e a Prefeitura de Mariana para repasse de R$ 7,9 milhões para contratação de mão de obra e equipamentos para emissão de alvarás. Também são iniciadas as obras de contenção da escola.

Moradores acompanham projeto de construção.

Moradores acompanham projeto de construção.

Início da construção das casas e da escola.

Início da construção das casas e da escola.

Construção das casas segue o ritmo previsto

Construção das casas segue o ritmo previsto

PARACATU DE BAIXO

As obras de infraestrutura, entre elas a trincheira, contenção de terrenos, terraplanagem, instalação de rede de drenagem e redes de água e esgoto, começaram em julho de 2019. Em novembro, foi iniciada a construção das fundações das primeiras casas. Em paralelo, continua o desenvolvimento de cerca de 70 projetos conceituais de casas pelos arquitetos da Fundação Renova com participação das famílias. Os projetos arquitetônicos da escola e posto de saúde foram aprovadas pela comunidade em setembro de 2019.

  109 famílias têm direito ao reassentamento
Projeto conceitual urbanístico elaborado com a participação das famílias do…
Prefeitura de Mariana concede a Dispensa de Licenciamento Ambiental para…
Início das obras de instalação do canteiro de obras em…
Processo de terraplenagem do canteiro central de obras no terreno…
Famílias começam a desenhar o projeto de suas casas com…
Conclusão das obras do canteiro de obras.
Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema) aprova licença ambiental para…
A Secretaria Municipal de Obras e Gestão Urbana de Mariana…
Obras das fundações das casas avançam
Projeto conceitual urbanístico elaborado com a participação das famílias do…

Projeto conceitual urbanístico elaborado com a participação das famílias do reassentamento é aprovado pela comunidade em assembleia (97% de votos favoráveis). A Câmara Municipal aprova o primeiro projeto de lei para criação de área de diretrizes especiais (ADIES) para projetos de reassentamento.

Prefeitura de Mariana concede a Dispensa de Licenciamento Ambiental para…

Prefeitura de Mariana concede a Dispensa de Licenciamento Ambiental para instalação do canteiro de obras no terreno de Lucila, que tem 406 hectares.

Início das obras de instalação do canteiro de obras em Lucila.

Processo de terraplenagem do canteiro central de obras no terreno…

Processo de terraplenagem do canteiro central de obras no terreno de Lucila é iniciado. Projeto de ocupação do terreno é protocolado para análise dos órgãos de licenciamento urbanístico. Fundação Renova oficializa, na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, pedido de
licença ambiental para início das obras de Paracatu de Baixo (Lucila).

Famílias começam a desenhar o projeto de suas casas com ajuda de arquitetos.

Conclusão das obras do canteiro de obras.

Conclusão das obras do canteiro de obras.

Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema) aprova licença ambiental para…

Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema) aprova licença ambiental para o reassentamento de Paracatu de Baixo.

A Secretaria Municipal de Obras e Gestão Urbana de Mariana…

A Secretaria Municipal de Obras e Gestão Urbana de Mariana emite licenciamento urbanístico que viabiliza o início das obras de terraplenagem. Início das obras de infraestrutura.

Obras das fundações das casas avançam

Obras das fundações das casas avançam

GESTEIRA

A Fundação Renova formalizou, em dezembro de 2018, a assinatura da compra do terreno para o reassentamento. Também foram concluídos os serviços de sondagem, cercamento da poligonal e análises de solo. Em agosto de 2019, foram iniciadas as discussões das diretrizes do reassentamento, que embasarão o processo de restituição das moradias.

  26   é o número estimado de famílias a serem reassentadas em Gesteira
INFRAESTRUTURA

A reparação passa também pela reconstrução e recuperação das infraestruturas danificadas, na região de Mariana e Barra Longa. Entre as atividades, estão contempladas limpeza e retirada de resíduos, entulho e detritos decorrentes do rompimento, demolição e reconstrução de estruturas remanescentes comprometidas.

Mais de 1.500 obras foram concluídas e entregues até o momento, como restauro de casas, propriedades rurais e escolas, reconstrução de pontes, cercas, currais, poços artesianos e pinguelas, contenções de taludes e encostas. Ao todo, 142,2 quilômetros de acessos foram reformados, 1.200 quilômetros passaram por manutenção e 212 quilômetros de cercamento de propriedades rurais foram refeitos.

Mais de 1.500 obras concluídas e entregues
  142,2 quilômetros de acessos foram reformados
  1.200 quilômetros passaram por manutenção
ATERRO DE MARIANA

Outra importante obra de infraestrutura é a readequação do aterro sanitário de Mariana (MG), já iniciada. As intervenções vão permitir que os resíduos sejam inseridos em locais impermeabilizados e impedir o contato do lixo com o terreno natural, para depois serem cobertos com solo compactado.

Esse método garante que o aterro funcione em condições ideais. Cerca de 120 trabalhadores serão mobilizados para a obra e o município terá um fundo de R$ 15 milhões para operar o aterro por cinco anos.

BARRA LONGA

O município mineiro foi o único com área urbana diretamente impactada pelos rejeitos. A cidade teve a maior parte de sua infraestrutura limpa e reformada em ações que começaram imediatamente após o rompimento da barragem de Fundão.

Além da reforma e reconstrução de imóveis e quintais, também foram entregues a nova praça Manoel Lino Mol, a avenida Beira Rio, a Escola Municipal Gustavo Capanema, a quadra poliesportiva e a praça do distrito de Gesteira. Parte dos 170 mil metros cúbicos de rejeitos retirados do município foi deslocada para o Parque de Exposições para ampliação da área. Outra parte foi usada para o alteamento do campo de futebol, que antes sofria com enchentes nos períodos chuvosos.

Portal da praça Manoel Lino Mol, em Barra Longa

Recuperação da praça Manuel Lino Mol transformou o local em um ambiente multiuso.

Foram mais de 320 imóveis reformados ou reconstruídos. Entre as intervenções já entregues, estão:

  8  

casas reconstruídas

  51  

imóveis sofreram manutenção

  104  

residências e propriedades reformadas

  27  

comércios reformados

  189  

quintais e lotes reformados

Patrimônios históricos

Patrimônios históricos de Barra Longa (MG) danificados pelo rompimento da barragem de Fundão também serão restaurados. São 12 edificações tombadas e inventariadas pelo município que passarão por obras de recuperação arquitetônica.

O Hotel Xavier é um dos imóveis em recuperação. O edifício bicentenário teve a parte inferior e a pintura externa afetadas e está fechado desde 2016. No local, está em andamento a montagem do canteiro de obras e a mobilização de trabalhadores, assim como limpeza, demolição e avaliação da cobertura, paredes e esteios do imóvel.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A segurança hídrica nos municípios impactados é uma das principais preocupações da Fundação Renova. A interrupção da captação de água e o desabastecimento provocados pelo rompimento da barragem de Fundão chamaram atenção para as estruturas, algumas precárias, das Estações de Tratamento de Água (ETAs) de municípios da região impactada.

Estudos de segurança hídrica apontaram os mananciais que poderiam ser utilizados para a captação alternativa nas cidades atingidas e se somaram ao diagnóstico das ETAs. Com esses relatórios, foi possível identificar as necessidades de cada região.

Foram executadas melhorias em ETAs ao longo do trecho impactado e profissionais foram treinados para trabalhar com os novos equipamentos. Em alguns locais, além das ações de melhoria, como reformas, foi necessário a construção de estações de tratamento.

Outra frente de trabalho opera para reduzir o risco de desabastecimento em 24 municípios que captavam água do rio Doce. A identificação de novos mananciais para captação alternativa de água reduziu o risco de desabastecimento, na medida em que buscou outras fontes de recursos hídricos, complementando a oferta do rio Doce.

A meta é que nos municípios com até 100 mil habitantes, 30% da água enviada para tratamento tenha origem independente do rio Doce; para cidades maiores, a meta é de 50% e, em Governador Valadares, 67% do total do abastecimento. A adutora de Governador Valadares está em construção.

  13 sistemas de tratamento de água concluídos, entre ETAs convencionais e tratamentos simplificados *
  9 adutoras concluídas (entre construídas e reformadas)
  15 sistemas de captações alternativas concluídos (entre fontes superficiais e subterrâneas)

* Dentre os 13 sistemas concluídos, quatro ETAs passarão por novas obras de melhorias.

Atualmente, como toda água bruta captada, a do rio Doce pode ser bebida com segurança desde que seja tratada. Isso significa que é própria ao consumo humano após passar pelo tratamento convencional nas ETAs, antes de chegar às torneiras do consumidor.

ADUTORA EM GOVERNADOR VALADARES

Em Governador Valadares (MG), as obras da adutora, orçada em R$155 milhões, estão em pleno andamento para garantir a segurança hídrica da comunidade. A iniciativa vai permitir a captação de água no rio Corrente Grande, uma alternativa ao rio Doce, especialmente no período de seca.

A adutora, que terá 35 km de extensão, vai da zona rural do município até a área urbana, abastecendo três Estações de Tratamento de Água (ETAs): Central, Vila Isa e Santa Rita. Além disso, para assegurar a sustentabilidade do processo, nascentes no rio Corrente Grande estão sendo protegidas.

A previsão é de que a obra seja entregue em 2021.

SANEAMENTO

Uma ação fundamental para a revitalização do rio Doce é decorrente da medida compensatória que prevê a destinação por parte da Fundação Renova de R$ 500 milhões aos municípios impactados pelo rejeito para projetos de melhoria na coleta e tratamento de esgoto e disposição adequada de resíduos sólidos.

O recurso financeiro será usado para projetos de sistema de esgotamento sanitário, implantação de obras de coleta e tratamento de esgoto, erradicação de lixões e implantação, ampliação e melhorias de aterros sanitários regionais, programa de coleta seletiva, unidade de triagem de recicláveis, estação de transbordo de resíduos, unidades de tratamento de orgânicos, revisão de planos municipais de saneamento, entre outros.

Este é um ponto que, de forma transversal, vai favorecer na recuperação do rio. A preservação dos afluentes e os investimentos em tratamento de esgoto podem levar o rio Doce a um patamar que não se vê há muitos anos. A diminuição do descarte ilegal de esgoto contribui para uma melhor oxigenação da água e menos contaminação, para trazer de volta a saúde do rio e, como consequência, de todo o ecossistema à sua volta.

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e o Banco de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo (Bandes) são os agentes financeiros responsáveis pelos repasses dos recursos aos municípios, conforme o cronograma dos projetos de cada localidade. Do total de R$ 500 milhões, R$ 390 milhões estão sob a responsabilidade do banco mineiro, e R$ 110 milhões, com a instituição capixaba. A definição do valor destinado a cada município leva em conta o número de habitantes, o montante de repasse do Fundo de Participação dos Municípios, o nível do impacto sofrido nos sistemas de abastecimento de água das localidades e o percentual de esgoto tratado.

A Fundação Renova também atua na capacitação e apoio técnico para assegurar a consistência dos projetos de saneamento e sua adequada implementação. Até dezembro de 2019, foram 727 horas de capacitação com os servidores públicos, com ofertas de oficinas com temas diversos, como elaboração de projetos, processo licitatório e acompanhamento de obras, e estruturação de soluções consorciadas para destinação de resíduos sólidos e gestão dos serviços.

  80% do esgoto gerado pelos municípios atingidos é despejado no rio Doce, segundo o CBH-Doce

Até o final de dezembro de 2019, foram repassados             R$ 4,1 milhões para ações de esgotamento sanitário e resíduos sólidos aos municípios de Alpercata (MG), Dionísio (MG), Iapu (MG), Marliéria (MG), Rio Casca (MG), São José do Goiabal (MG), São Domingos do Prata (MG), Baixo Guandu (ES) e Colatina (ES).

EIXO 1

Na área onde está localizada a barragem de Fundão foi construída uma barragem de 40 metros de altura, chamada de Eixo 1, para conter parte do restante do rejeito que permanece no reservatório. A construção aplicou uma metodologia que visa dar mais resistência à estrutura.

A conclusão da obra encerra as ações prioritárias executadas desde o rompimento de Fundão, em novembro de 2015, destinadas a garantir a estabilidade das estruturas de contenção do rejeito.

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